- SOBRE O ORGANIZADOR DO SITE
- VAMOS RESOLVER O EXERCICIO?
- ÉTICA A NICÔMACO
- ORIGEM DO TERMO E DEFINIÇÃO
- ASPECTOS DA ÉTICA ARISTOTÉLICA
- O BEM
- A QUESTÃO ARISTOTÉLICA
- SOBRE A AMIZADE
- O MEDO
- O QUE PENSA BAUMAN
- O NASCIMENTO DA FILOSOFIA
- EXERCICIOS FILOSOFIA ANTIGA
- BAIXE MAIS LIVROS
- VIDEO AULA :FILOSOFOS ATUAIS
- LIVROS PARA DOWNLOAD
- GALERIA DE FOTOS
- HINO DA GRÉCIA +TRADUÇÃO
- TALES DE MILETO
- ANAXIMENES DE MILETO
- ANAXIMANDRO DE MILETO
- HERÁCLITO DE ÉFESO
- PARMENIDES DE ELÉIA
- PLATÃO E O MUNDO DA IDÉIAS
- OS SOFISTAS
- SOBRE A ÉTICA CRISTÃ
- O QUE VEM A SER ÉTICA CRISTÃ
- PARADGMA DA ÉTICA CRISTÃ
- + SOBRE O PENSAMENTO DE BAUMAN
- FILOSOFIA DA RELIGIÃO
- PARA ENTENDER A IDADE MÉDIA.
- A FILOSOFIA DE SANTO AGOSTINHO
- VOLTAIRE
- SHOPENHAUER: MORTE E DOR.
- SITES DE PESQUISA
- SOU O QUE SOU, E NÃO OUTRA COISA
- SÃO COMPATÍVEIS A CIÊNCIA E A FÉ?
- Os CIENTISTAS E A FILOSOFIA – ENTREVISTA com STANL
- O MISTÉRIO E A FILOSOFIA
- PARA QUE SERVEM OS FILÓSOFOS.
- A FILOSOFIA DE SANTO AGOSTINHO
- A FILOSOFIA ENTRE A RELIGIÃO E A CIÊNCIA
- ALMA.
- O MITO DA CAVERNA
- TEETETO
- SOBRE A BREVIDADE DA VIDA
- DISCURSO DO MÉTODO.
- O QUE É ESCLARECIMENTO?
- PORQUE NÃO SOU CRISTÃO: UM EXAME DA IDÉIA DIVINA
- DUVIDAS FILOSÓFICAS.
- A MORTE E A DOR
- A BIBLIA
- A IMPROBABILIDADE DE DEUS
- EXISTE UM DEUS?
- DOZE PROVAS DA INEXISTÊNCIA DE DEUS.
- A CRIAÇÃO DE DEUS
- PORQUE O DEUS CRISTÃO NÃO EXISTE?
- PEQUENO MANUAL ENTENDER OS CRENTES.
- O RISCO DA CRENDICE
- A INCERTEZA EM CIÊNCIA
- ENSINAR A PENSAR
- A ARROGÂNCIA DA ORAÇÃO
- A REENCARNAÇÃO SOB O OLHAR DA FILOSOFIA
- TOMÁS RESPONDE: TODO PRAZER É MAU?
- HÁ CONFLITO ENTRE FÉ E RAZÃO?
- HÁ CONFLITO ENTRE FÉ E RAZÃO? (II)
- HÁ CONFLITO ENTRE FÉ E RAZÃO (III)
- HÁ CONFLITO ENTRE FÉ E RAZÃO (IV)
- QUE É FILOSOFIA
- QUE É FILOSOFIA?(II)
- QUE É FILOSOFIA (III)
- SER CÉTICO DÁ TRABALHO
- ALGUMAS PALAVRAS SOBRE O PANTEISMO
- LIBERDADE RELIGIOSA OU BURRICE
- FATO OU DESEJO DE ACREDITAR
- CARTA SOBRE A FELICIDADE
- 10 MITOS E 10 VERDADES SOBRE O ATEÍSMO
- COMO A CIÊNCIA EVOLUI?
- A INCERTEZA EM CIÊNCIA
- OS TIPOS RELIGIOSOS
- INUTILIDADE DA TEOLOGIA
- INVESTIGAÇÃO ACERCA DO ENTENDIMENTO HUMANO
- INVESTIGAÇÃO ACERCA DO ENTENDIMENTO HUMANO
- DO PENSAR POR SI
- O VALOR DA FILOSOFIA
- DÚVIDAS FILOSÓFICAS
- EXISTE UM DEUS?
- SERÁ QUE DEUS EXISTE?
- A MAQUINA DE CRENÇAS
- CRIANDO MEMÓRIAS FALSAS
- CRIANDO MEMÓRIAS FALSAS
- O BENEFICIO DA DÚVIDA
- A HISTÓRIA NATURAL DA RELIGIÃO
- COMO A VIDA COMEÇOU
- CONFERÊNCIA SOBRE ÉTICA
- O MITO DO ALTRUÍSMO
- O MITO DO ALTRUÍSMO
- A BIBLIA
- HORRORES DA BIBLIA
- SEGUINDO O LIVRO SANTO
- A FILOSOFIA MODERNA
- ONDE ESTUDAR
- BIOGRAFIAS DE FILÓSOFOS
- O CONHECIMENTO ABSTRATICO EM DUNS ESCOTO
- SÃO FRANCISCO DE ASSIS
- O QUE É FILOSOFIA CRISTÃ
- O HOMEM - BOMBA MATOU O "EU"
- A GRANDEZA DA AMIZADE
- ATITUDE É TUDO
- O SOFRIMENTO DOS ANIMAIS
- A PRESENÇA
- A FILOSOFIA MODERNA E DESCARTES
- O QUE É EUDAIMONIA
- DESCARTES E A SUBJETIVIDADE
- SARTRE ESSENCIAL
- DERRIDA ESSÊNCIAL
- POPPER NO VAREJO, WITTGENSTEIN NO ATACADO
- O QUE É ÉTICA PRAGMATISTA? LEALDADE VERSUS JUSTIÇA
- O QUE É AMOR PLATÔNICO.
- O QUE É AMOR?
- O QUE É RELATIVISMO PRAGMATISTA?
- PARADGMAS FILOSÓFICOS
- O QUE É A METAÉTICA DE FREUD?
- O QUE É CONHECIMENTO?
- O QUE É NEO-LIBERALISMO E PÓS- MODERNISMO
- OBJETIVIDADE DE VALORES NO PRAGMATISMO.
- O QUE SÃO PROFETAS E ORÁCULOS?
- O QUE É IDEOLOGIA?
- O QUE É " FOUCAULT E A EDUCAÇÃO"
- O QUE É REDESCRIÇÃO?
- HEIDEGGER ESSENCIAL
- LIKS DO AUTOR DO SITE.
- DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO.
- CONTATO
ENSINAR A PENSAR
Ensinar a pensar Immanuel Kant Espera-se que o professor desenvolva no seu aluno, em primeiro lugar, o homem de entendimento, depois, o homem de razão, e, finalmente, o homem de instrução. Este procedimento tem esta vantagem: mesmo que, como acontece habitualmente, o aluno nunca alcance a fase final, terá mesmo assim beneficiado da sua aprendizagem. Terá adquirido experiência e ter-se-á tornado mais inteligente, se não para a escola, pelo menos para a vida. Se invertermos este método, o aluno imita uma espécie de razão, ainda antes de o seu entendimento se ter desenvolvido. Terá uma ciência emprestada que usa não como algo que, por assim dizer, cresceu nele, mas como algo que lhe foi dependurado. A aptidão intelectual é tão infrutífera como sempre foi. Mas ao mesmo tempo foi corrompida num grau muitíssimo maior pela ilusão de sabedoria. É por esta razão que não é infrequente deparar-se-nos homens de instrução (estritamente falando, pessoas que têm estudos) que mostram pouco entendimento. É por esta razão, também, que as academias enviam para o mundo mais pessoas com as suas cabeças cheias de inanidades do que qualquer outra instituição pública. [...] Em suma, o entendimento não deve aprender pensamentos mas a pensar. Deve ser conduzido, se assim nos quisermos exprimir, mas não levado em ombros, de maneira a que no futuro seja capaz de caminhar por si, e sem tropeçar. A natureza peculiar da própria filosofia exige um método de ensino assim. Mas visto que a filosofia é, estritamente falando, uma ocupação apenas para aqueles que já atingiram a maturidade, não é de espantar que se levantem dificuldades quando se tenta adaptá-la às capacidades menos exercitadas dos jovens. O jovem que completou a sua instrução escolar habituou-se a aprender. Agora pensa que vai aprender filosofia. Mas isso é impossível, pois agora deve aprender a filosofar. [...] Para que pudesse aprender filosofia teria de começar por já haver uma filosofia. Teria de ser possível apresentar um livro e dizer: “Veja-se, aqui há sabedoria, aqui há conhecimento em que podemos confiar. Se aprenderem a entendê-lo e a compreendê-lo, se fizerem dele as vossas fundações e se construírem com base nele daqui para a frente, serão filósofos”. Até me mostrarem tal livro de filosofia, um livro a que eu possa apelar, [...] permito-me fazer o seguinte comentário: estaríamos a trair a confiança que o público nos dispensa se, em vez de alargar a capacidade de entendimento dos jovens entregues ao nosso cuidado e em vez de os educar de modo a que no futuro consigam adquirir uma perspectiva própria mais amadurecida, se em vez disso os enganássemos com uma filosofia alegadamente já acabada e cogitada por outras pessoas em seu benefício. Tal pretensão criaria a ilusão de ciência. Essa ilusão só em certos lugares e entre certas pessoas é aceita como moeda legítima. Contudo, em todos os outros lugares é rejeitada como moeda falsa. O método de instrução próprio da filosofia é zetético, como o disseram alguns filósofos da antiguidade (de zhtein). Por outras palavras, o método da filosofia é o método da investigação. Só quando a razão já adquiriu mais prática, e apenas em algumas áreas, é que este método se torna dogmático, isto é, decisivo. Por exemplo, o autor sobre o qual baseamos a nossa instrução não deve ser considerado o paradigma do juízo. Ao invés, deve ser encarado como uma ocasião para cada um de nós formar um juízo sobre ele, e até mesmo, na verdade, contra ele. O que o aluno realmente procura é proficiência no método de refletir e fazer inferências por si. E só essa proficiência lhe pode ser útil. Quanto ao conhecimento positivo que ele poderá talvez vir a adquirir ao mesmo tempo — isso terá de ser considerado uma consequência acidental. Para que a colheita de tal conhecimento seja abundante, basta que o aluno semeie em si as fecundas raízes deste método. Texto retirado de “Anúncio do Programa do Semestre de Inverno de 1765-1766” da coletânea de textos Theoretical Philosophy, 1755-1770 (edição de David Walford e Ralf Merbote, Cambridge University Press, 1992), pp. 2:306-7. autor: Immanuel Kant tradução: Desidério Murcho